OS IDOSOS E O CONFINAMENTO

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Uma boa saúde mental é fundamental para que uma sociedade prospere, acima de tudo, durante uma pandemia, uma boa saúde mental é mais importante do que nunca. Sem foco na saúde mental, qualquer resposta ao COVID-19 será deficiente, reduzindo a resiliência individual e social e impedindo a recuperação social, econômica e cultural.

2020 foi um ano difícil para a saúde mental. A ameaça de infecção, repetidos bloqueios, isolamento social e incerteza econômica criaram medo e ansiedade generalizados. Uma revisão rápida publicada no The Lancet mostrou os efeitos psicológicos negativos das quarentenas forçadas. Muitas pessoas que antes não eram afetadas por problemas de saúde mental descobriram que também são vulneráveis. Aqueles com problemas de saúde mental pré-existentes frequentemente descobriram que suas dificuldades aumentaram. As consequências neurológicas e psiquiátricas precisas da infecção, entretanto, permanecem desconhecidas, mas exigem um monitoramento cuidadoso

Pobreza é tanto um fator que contribui para os problemas de saúde mental quanto uma barreira para o acesso a serviços que podem ajudar.

Pessoas com problemas de saúde mental graves e persistentes foram as mais afetadas pelas interrupções dos sistemas de atenção à saúde mental relacionadas ao COVID-19. Outros grupos vulneráveis incluem crianças e adolescentes, muitos dos quais foram afetados por fechamentos de escolas, sistemas de saúde sobrecarregados, acesso restrito a alimentos nutritivos, ruptura nas relações familiares, negligência e abuso. Os adultos mais velhos também são muito vulneráveis. Muitos com problemas de saúde pré-existentes ficam apavorados e solitários, com medo de morrer e de perder membros da família, enquanto se distanciam fisicamente de entes queridos e amigos (THE LANCET- editorial Vol 396, issue 10257, p1045. 10 oct 2020).

Atendi uma senhora na faixa dos 80 anos de idade que nos procurou com queixa de tontura e dor de cabeça. Em conversa com a paciente e sua filha acompanhante, percebemos haver um enorme nível de ansiedade e stress a que, ao fim e ao cabo dos exames realizados, acabamos culpando pelas queixas que nos foram trazidas. Sua consulta conosco era a primeira saída de sua casa em 07 meses.

Não foi um caso único! Pessoas normalmente ativas, confinadas por um tempo prolongado e com sintomatologia psicossomática (tonturas, enxaquecas, zumbidos, insônia e outras), tem chegado com maior frequência!

Creio que chegou o momento de questionarmos o verdadeiro custo benefício de adoecer idosos saudáveis em troca de uma suposta proteção de um confinamento radical, além disso, nem se fala sobre a desumanidade, mas na real verdade que existe no terrorismo insensato e de graves consequências. Precisamos encontrar um meio termo, onde caminhar na rua ou num parque não seja demonizada como tem sido em alguns meios de comunicação, e ajude a manter saudável a mente e o físico dos idosos.

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